Volume de transações em restaurantes cresce 19,1% em abril, aponta índice
Resultado considera o consumo em bares, padarias e lanchonetes, que registrou alta pelo terceiro mês seguido. Na contramão, vendas em supermercados têm baixa
05/07/2022
O volume de transações realizadas em restaurantes, bares, lanchonetes e padarias registrou alta de 19,1% em abril, em comparação ao mesmo período de 2021, segundo os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR).
De acordo com o levantamento, desenvolvido pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas, o cenário também evidenciou um crescimento de 4,5% em termos de valor gasto, enquanto o número de estabelecimentos que efetivaram pelo menos uma transação permaneceu praticamente estável no período analisado (-0,1%).
Os dados, que avaliam o desempenho dos segmentos desde o início da pandemia e levam em consideram a inflação no período (ou seja, são calculados em termos reais) mostram, em contraponto, que os supermercados continuam a apresentar resultados negativos, com destaque para a queda de 15,3% no faturamento no mês de abril.
“Pelo terceiro mês consecutivo notamos um aumento na quantidade de vendas dos restaurantes, bares, padarias e lanchonetes. Mesmo que esses números ainda estejam distantes do cenário observado antes da pandemia, mostra uma recuperação importante para o setor, com o faturamento também apresentando resultados otimistas”, destaca Cesario Nakamura, presidente da Alelo.
Além da queda no valor gasto, os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) revelam que segmento encerrou o mês de abril com quedas de 2,1%, no número de estabelecimentos que efetivaram pelo menos uma transação, e de 15,1%, na quantidade de transações realizadas - ambos em comparação com abril de 2021.
Panorama pré-pandemia dos indicadores
Quando analisadas as variações calculadas comparando 2022 com 2019, período pré-pandemia, os resultados do ICR de abril apuraram queda no consumo nos restaurantes: -32,6% no faturamento, -44,0% na quantidade de vendas e -8,3% no número de estabelecimentos que realizaram ao menos uma transação.
Ao analisar o comportamento de consumo em supermercados, de acordo com o ICS, observamos ligeiro avanço no faturamento (+0,9%) e aumento de 8,4% no número de estabelecimentos que registraram ao menos uma transação, enquanto houve queda de 7,0% na quantidade de vendas.
Segundo os pesquisadores da Fipe, a leitura dos resultados dos indicadores de consumo de abril de 2022 reforça o contraste entre o desempenho dos dois segmentos nos últimos 12 meses: no caso de supermercados, embora equiparável ao nível de consumo pré-pandemia, é nítida uma retração relevante do consumo em todas as aberturas (volume, valor e número de estabelecimentos que efetivaram ao menos uma transação). É possível argumentar que as divergências na evolução de consumo dos segmentos possam repercutir em mudanças nos hábitos e comportamento dos consumidores, incluindo a migração dos gastos e uma maior disposição em gastos com serviços (incluindo bares e restaurantes).
Vale destacar que os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) acompanham as transações realizadas em estabelecimentos como supermercados, quitandas, mercearias, hortifrútis, sacolões, entre outros; e os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) apontam a evolução do consumo de refeições prontas em estabelecimentos como restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, além de serviços de entrega (delivery) e retirada em balcão/para viagem (pick-up). Ambos são calculados com base nas operações realizadas a partir da utilização dos cartões Alelo Alimentação e Alelo Refeição, em todo território nacional.
Dados regionais
Em termos regionais, adotando como parâmetro a variação do valor gasto em restaurantes entre abril de 2019 (período pré-pandemia) e abril de 2022, é possível notar um maior impacto na região Nordeste (-38,8%). Entre as demais, a queda foi de: Centro-Oeste (-33,6%), Norte (-33,5%), Sudeste (-32,4%) e Sul (-30,9%).
Individualmente, as unidades federativas mais impactadas em abril foram: Ceará (-46,1%), Maranhão (-43,7%), Rio de Janeiro (-43,1%), Bahia (-42,5%), Amazonas (-39,7%), Rio Grande do Sul (-37,9%) e Pernambuco (-37,2%).
Já entre as unidades com aumento e/ou quedas menos expressivas, destacaram-se: Roraima* (+53,3%), Acre* (+40,9%), Rondônia* (-1,4%), Alagoas* (-8,0%), Amapá* (-14,3%) e Sergipe* (-17,5%). Além das unidades federativas citadas, vale mencionar o impacto sobre o consumo em: Minas Gerais (-31,0%), São Paulo (-29,6%), Paraná (-27,7%) e Santa Catarina (-26,8%).